quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Stupeur Tremblemnts

Eu tenho trabalhado bastante meu lado Poliana, acho que estou indo bem. Tentado ver o lado bom das coisas, os "já ques", as compensações. É tudo uma questão de perspectiva: Por um lado eu arrebentei meu joelho tão feio que talvez ele nunca mais seja o mesmo, mas por outro lado eu tenho mais tempo livre! Não que eu precise disso durante as minhas férias. Também tenho minhas dúvidas de que seja possível para alguém na minha situação ter ainda mais tempo livre, digo, sem violar nenhuma lei da física de espaço/tempo.Outra vantagem da minha atual condição é que eu tenho conseguido ficar acordado até cada vez mais tarde, por mais que a primeira vista não tenha nada de interessante para fazer. Essa noite mesmo eu fui dormir só as 7:30 da manhã. Simplesmente não existe posição confortável com o joelho machucado, simples assim. E essa noite eu vi um filme muito bom, se chama Stupeur Tremblemnts.Eu acho que se trata de uma produção francesa, mas não tinha nenhum francês. Era a história de uma belga que vai ao Japão trabalhar como intérprete de um grande conglomerado. Mas como era de se esperar, a pobre belga não se mostrou capaz de acompanhar a superior mente nipônica. Mesmo assim ela consegue o cargo de "abastecedora de chá e café". Ela é uma menina esperta, mesmo sendo belga, e tem uma certa ambição, mesmo sendo belga, e em pouco tempo ela começa a acumular funções. Ela se torna oficialmente a "atualizadora pessoal de calendários", assim ela passa de mesa em mesa riscando calendários, virando-os ou até mesmo jogando páginas na virada do mês.O problema é que todo esse sucesso acaba por chamar demais a atenção dos demais e com a atenção vem o sentimento de território ameaçado e com o sentimento de território ameaçado vem a inveja e com inveja fode o barraco.A chefe dela começa a ferrar com ela a ponto de ser rebaixada a "responsável pela manutenção de papel higiênico dos banheiros" (masculino e feminino). Apesar de ser o fundo do poço ela tira forças de sua alma e mantém sua honra ao cumprir o contrato até o fim mesmo com todos os problemas.A melhor cena é a do boicote, organizado pelo único diretor que gosta de Amelie, aos banheiros do 44º andar (cuidados por ela). Foi o golpe mais forte que ela conseguiu desferir na empresa, afinal, segundo ela, tendo que ir a outro andar para usaro banheiro, os funcinários perdiam mais tempo de serviço.Recomendo. Comédia focada no lado sociológico, que mostra que por mais que as diferenças culturais existam nada supera o sentimento fraternal inerente ao ser humano (ok, nem sempre). Boas tiradas e belas observações no comportamento típico (tô falando de estereótipo mesmo!) oriental.

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