sexta-feira, 4 de maio de 2007

Cuidado

Semana passada fiquei sabendo de uma notícia que me deixou estarrecido (só que não tenho mais o link).Parece que o Diego Mainardi (colunista da veja), que é explicitamente contrário ao governo Lula e seus integrantes foi vítima de uma conspiração. Tá bom, talvez conspiração seja muito forte, ele sofreu uma baita de uma sacanagem. Ele foi processado pelo Franklin Martins, acho que por difamação, por ter escrito uma crônica criticando-o por não poder ser imparcial em seus comentários políticos, uma vez que algumas pessoas de sua família tem cargos no governo.

Ocorre que Franklin Martins foi indicado para o cargo de ministro da comunicação social. Isso não confirma as suspeitas de DM? Na verdade não justifica as acusações feitas um ano antes e que foram duras até demais, mas é suspeito. Ou seja, não garante nada, mas tem que ser levado em consideração.

Semana passada, salvo melhor juízo, saiu a sentença do processo que condenou DM ao pagamento de R$30.000,00 a título de indenização. Ocorre que, antes da publicação da sentença um desafeto de DM, cujo nome não me lembro, já havia noticiado essa condenação. Como isso é possível?

O cartório alegou que por engano a sentença foi divulgada na internet antes de sua publicação, mero erro formal. O problema é que quando a sentença foi divulgada na internet o defesa de DM ainda não tinha sido juntada aos autos! Ou seja, ele já havia sido condenado de pronto, pouco importando as suas alegações.

Fui muito superficial em tudo que disse, mas o que realmente queria dizer é que passamos por tempos perigosos. Nosso atual governo tem uma política truculenta fantasiada de centro-esquerda. Age como se acreditasse do Well fare state, por mais que os militantes petistas relutem em acreditar, e ao mesmo tempo atropela o devido processo legal.

Você pode até pensar: é, mas oque que a decisão de um juiz de primeiro grau tem a ver com a política? Quanto a isso, peço que se imagine como um juiz (que tem uma carreira) julgando um ministro de Estado, contra um inimigo declarado do atual governo. No mínimo houve temor reverencial.

Quanto a truculência do governo, de pronto eu me lembro de alguns episódios: o do jornalista do the new york times que falou que o Lula bebia; a tentativa de criação de uma lei de mordaça contra os jornalistas; a instância em vincular o Banco Central ao executivo, negando-lhe autonomia; e, a tentativa de um controle externo do judicíario (que na verdade até que veio com a emenda 45). Por isso, cuidado com o que diz, e mesmo com o que você pensa, pois o grande companheiro tudo vê.

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